“Fale com Ela” é um pedido que faz Benigno, o enfermeiro, à Marco, o jornalista, procurando romper-lhe o ceticismo e conversar com a toureira Lydia, sua mulher. Um pedido, não uma ordem. Ambos se vêem numa inusitada e trágica situação, que os une: Benigno cuida de Alicia, a bailarina e Marco faz visitas regulares à Lydia; as duas vivem em coma, inconscientes, após traumáticos acidentes. Precisos flashbacks explicam o que aconteceu às duas belas mulheres.
Como se constrói uma tragédia? Eis a pergunta que se faz todo cineasta quando realiza um melodrama. Pedro Almodóvar, em “Fale com ela”, o coloca logo no começo, como pressuposto. A tragédia, no caso, não como qualquer tipo de redenção, mas como a possibilidade do encontro. Veja o caso de Benigno e Alicia, sem entregar o filme, um acidente trouxe-lhes, de certa forma, não apenas o amor, mas também, por caminhos transversais, incluindo o estupro, o milagre. Outro encontro é a amizade, desconfiança no começo, entre Benigno e Marco.
Diferente de outros filmes de Almodóvar, neste os personagens principais são homens e a partir do relacionamento entre eles é que são apresentados as pequenas, delicadas e ágeis historietas que os conduziram a estarem ali, ambos, no hospital, com suas amadas e com a memória do amor. Este filme continua colorido como todos os outros anteriores de Almodóvar, mas além dos vermelhos e amarelos, os dramas ganham o azul. É a história da amizade entre dois homens. Aos encontros e desencontros do amor, Almodóvar não apenas moderniza o melodrama, como o faz com grande sinceridade. Gênero muitas vezes desprezado, tido como menor, necessita de autores de sensibilidade e enorme talento para realizar obras que explorem esse aspecto da alma humana, a entrega ao terreno e à paixão. Não é fácil retratar a tragédia e o melodrama se equilibre entre dois abismos: o naturalismo frio e racional de um lado e a manipulação arbitraria das emoções de outro.
Pois Pedro Almodóvar não só o faz com honestidade e coragem como realizou um dos melhores do gênero, digno de Vincent Minelli, Douglas Sirk e Fassbinder. A nós brasileiros, existe uma dose extra de interesse: as musicas de Elis Regina e uma pequena e tocante aparição de Caetano Veloso, lindas e tristes canções, nada mais adequado a esse belo e, porque não, sublime “Fale com Ela”.
Como se constrói uma tragédia? Eis a pergunta que se faz todo cineasta quando realiza um melodrama. Pedro Almodóvar, em “Fale com ela”, o coloca logo no começo, como pressuposto. A tragédia, no caso, não como qualquer tipo de redenção, mas como a possibilidade do encontro. Veja o caso de Benigno e Alicia, sem entregar o filme, um acidente trouxe-lhes, de certa forma, não apenas o amor, mas também, por caminhos transversais, incluindo o estupro, o milagre. Outro encontro é a amizade, desconfiança no começo, entre Benigno e Marco.
Diferente de outros filmes de Almodóvar, neste os personagens principais são homens e a partir do relacionamento entre eles é que são apresentados as pequenas, delicadas e ágeis historietas que os conduziram a estarem ali, ambos, no hospital, com suas amadas e com a memória do amor. Este filme continua colorido como todos os outros anteriores de Almodóvar, mas além dos vermelhos e amarelos, os dramas ganham o azul. É a história da amizade entre dois homens. Aos encontros e desencontros do amor, Almodóvar não apenas moderniza o melodrama, como o faz com grande sinceridade. Gênero muitas vezes desprezado, tido como menor, necessita de autores de sensibilidade e enorme talento para realizar obras que explorem esse aspecto da alma humana, a entrega ao terreno e à paixão. Não é fácil retratar a tragédia e o melodrama se equilibre entre dois abismos: o naturalismo frio e racional de um lado e a manipulação arbitraria das emoções de outro.
Pois Pedro Almodóvar não só o faz com honestidade e coragem como realizou um dos melhores do gênero, digno de Vincent Minelli, Douglas Sirk e Fassbinder. A nós brasileiros, existe uma dose extra de interesse: as musicas de Elis Regina e uma pequena e tocante aparição de Caetano Veloso, lindas e tristes canções, nada mais adequado a esse belo e, porque não, sublime “Fale com Ela”.
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