Aproveitando o relançamento das grandes produções de Hollywood na coleção de clássicos, irei postar, sempre que possível, comentários de alguns dos filmes que assisti, lembrando que trazem um livreto dos mais interessantes, a qualidade dos filmes é excelente e o preço dos mais acessíveis.
Embora o crédito da direção de “E o Ventou Levou” seja de Victor Fleming (de “O Mágico de Oz”), o filme teve outros diretores, sendo o mais famoso George Cukor, conhecido pelo talento na direção atrizes, perceptível no filme, além de Sam Wood e do diretor de fotografia Willian Cameron Menzies. Mas o grande responsável pela realização desse épico (das maiores bilheteria e produções de Hollywood) foi, sem dúvida, o produtor megalomaníaco David O. Selznick. A sua obsessão por filmar o romance de enorme sucesso popular escrito por Margareth Mitchell explica não apenas o sucesso extraordinário do filme, mas os mecanismos de funcionamento da própria industria dos sonhos que ainda é Hollywood.
“E o Ventou Levou” é um fenômeno extemporâneo, mas para a sua produção, Selznick não economizou esforços, poder e dinheiro, interferindo em todas as fases do filme, pois, coisa daqueles anos de Hollywood, havia a total submissão aos chefes de estúdio; todos os outros, astros e estrelas, diretores e demais técnicos, eram meros empregados, cada qual com seu papel bem definido e segmentado. A Hollywood daqueles tempos era a força dos grandes estúdios e de seus produtores e “E o Vento Levou” representou o auge do período clássico do cinema.
O filme é grandioso em todos os aspectos, a começar pela duração de mais de 3 horas. Havia já filmes de longuíssima duração, como “Intolerância” de Griffith com quase 4 horas ou “Ouro e Maldição” de Erich Von Stroheim, com inimagináveis 8 horas. Mas “E o Vento Levou” pretendia manter o espetacular por toda extensão do filme, desde suas primeiras sequencias na idílica fazenda Tara. Para cada plano, vemos na tela uma exuberância de recursos e todos os detalhes são minuciosamente trabalhados. Há a eloqüência da musica de Max Steiner, a cenografia suntuosa, figurinos exuberantes e uma intensa fotografia colorida que se altera na medida das emoções que as cenas se alternam.
Narra a saga de Scarlett O’Hara, menina rica e mimada a quem a vida, os homens e a Guerra Civil tornam uma das personagens femininas mais intensas de Hollywood. Com efeito, a interpretação de Vivien Leigh, mistura de mesquinhez e sedução, cuja evolução acompanhamos por quase todo o filme, é sua grande força motriz (a obsessão por sua amada Tara se confunde com o do próprio Selznick). O seu amor por Ashley Wilkes não convence muito (pode ser atribuído à interpretação meio desinteressada de Leslie Howard). Já Rhett Butler (o papel de Clark Gable foi uma imposição dos fãs), cínico e cosmopolita, apaixona-se por Scarlett exatamente pela chama inescrupulosa da vida; hoje percebemos que, se para o filme é perfeito, o seu tipo ficou tanto quanto datado. De se notar outro papel masculino, o do pai de Scarlett, Gerald O’Hara, dignamente interpretado por Thomas Mitchell, cujo pequeno tempo da tela mostram o grande ator que foi.
No entanto, os papeis mais interessantes do filme são das mulheres, e não apenas de Vivien Leigh. Olivia de Havilland que faz a frágil e pura Melanie Hamilton, foi tão extraordinária quanto Leigh, além de ter sido uma mulher politizada, das primeiras a lutar pelo direito das atrizes em Hollywood. Hattie McDaniel, a Mammy, empregada de Scarlett, a primeira atriz negra a ganhar o Oscar, tem seus momentos de humor mas, em pelo menos duas sequencias, apresenta todo seu talento dramático. Uma das melhores personagens aparece pouquíssimo no filme: a prostituta amiga de Rhett Butler, Belle Watling (Ona Munson), moderna e generosa.
O filme guarda enorme e não casuais semelhanças com o primeiro grande épico do cinema, “O Nascimento de uma Nação”, realização magistral e extremamente polemica de David W. Griffith, criador da linguagem clássica. Esse modo de fazer cinema, somada ao amadurecimento e consolidação da industria de Hollywood, se teve seu inicio em Griffith, teve seu apogeu neste “E o Vento Levou”.
Embora o crédito da direção de “E o Ventou Levou” seja de Victor Fleming (de “O Mágico de Oz”), o filme teve outros diretores, sendo o mais famoso George Cukor, conhecido pelo talento na direção atrizes, perceptível no filme, além de Sam Wood e do diretor de fotografia Willian Cameron Menzies. Mas o grande responsável pela realização desse épico (das maiores bilheteria e produções de Hollywood) foi, sem dúvida, o produtor megalomaníaco David O. Selznick. A sua obsessão por filmar o romance de enorme sucesso popular escrito por Margareth Mitchell explica não apenas o sucesso extraordinário do filme, mas os mecanismos de funcionamento da própria industria dos sonhos que ainda é Hollywood.
“E o Ventou Levou” é um fenômeno extemporâneo, mas para a sua produção, Selznick não economizou esforços, poder e dinheiro, interferindo em todas as fases do filme, pois, coisa daqueles anos de Hollywood, havia a total submissão aos chefes de estúdio; todos os outros, astros e estrelas, diretores e demais técnicos, eram meros empregados, cada qual com seu papel bem definido e segmentado. A Hollywood daqueles tempos era a força dos grandes estúdios e de seus produtores e “E o Vento Levou” representou o auge do período clássico do cinema.
O filme é grandioso em todos os aspectos, a começar pela duração de mais de 3 horas. Havia já filmes de longuíssima duração, como “Intolerância” de Griffith com quase 4 horas ou “Ouro e Maldição” de Erich Von Stroheim, com inimagináveis 8 horas. Mas “E o Vento Levou” pretendia manter o espetacular por toda extensão do filme, desde suas primeiras sequencias na idílica fazenda Tara. Para cada plano, vemos na tela uma exuberância de recursos e todos os detalhes são minuciosamente trabalhados. Há a eloqüência da musica de Max Steiner, a cenografia suntuosa, figurinos exuberantes e uma intensa fotografia colorida que se altera na medida das emoções que as cenas se alternam.
Narra a saga de Scarlett O’Hara, menina rica e mimada a quem a vida, os homens e a Guerra Civil tornam uma das personagens femininas mais intensas de Hollywood. Com efeito, a interpretação de Vivien Leigh, mistura de mesquinhez e sedução, cuja evolução acompanhamos por quase todo o filme, é sua grande força motriz (a obsessão por sua amada Tara se confunde com o do próprio Selznick). O seu amor por Ashley Wilkes não convence muito (pode ser atribuído à interpretação meio desinteressada de Leslie Howard). Já Rhett Butler (o papel de Clark Gable foi uma imposição dos fãs), cínico e cosmopolita, apaixona-se por Scarlett exatamente pela chama inescrupulosa da vida; hoje percebemos que, se para o filme é perfeito, o seu tipo ficou tanto quanto datado. De se notar outro papel masculino, o do pai de Scarlett, Gerald O’Hara, dignamente interpretado por Thomas Mitchell, cujo pequeno tempo da tela mostram o grande ator que foi.
No entanto, os papeis mais interessantes do filme são das mulheres, e não apenas de Vivien Leigh. Olivia de Havilland que faz a frágil e pura Melanie Hamilton, foi tão extraordinária quanto Leigh, além de ter sido uma mulher politizada, das primeiras a lutar pelo direito das atrizes em Hollywood. Hattie McDaniel, a Mammy, empregada de Scarlett, a primeira atriz negra a ganhar o Oscar, tem seus momentos de humor mas, em pelo menos duas sequencias, apresenta todo seu talento dramático. Uma das melhores personagens aparece pouquíssimo no filme: a prostituta amiga de Rhett Butler, Belle Watling (Ona Munson), moderna e generosa.
O filme guarda enorme e não casuais semelhanças com o primeiro grande épico do cinema, “O Nascimento de uma Nação”, realização magistral e extremamente polemica de David W. Griffith, criador da linguagem clássica. Esse modo de fazer cinema, somada ao amadurecimento e consolidação da industria de Hollywood, se teve seu inicio em Griffith, teve seu apogeu neste “E o Vento Levou”.
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